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A segunda Hora de Agonia no Horto do Getsémani

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Das 10 às 11 da noite

Os discípulos dormem enquanto Jesus ora no jardim

Oração antes de cada Hora.

Ó meu Senhor Jesus Cristo, prostrado na tua presença divina, suplico ao Teu amorosíssimo Coração que me admita à dolorosa meditação das 24 Horas da Tua Paixão, durante as quais, por nosso amor, tanto sofreste no Teu corpo adorável e na Tua alma santíssima, até à morte de cruz. Ajuda-me e dá-me graça, amor, profunda compaixão e compreensão dos Teus sofrimentos, enquanto agora medito a Hora __.

Y E por aquelas Horas que não posso meditar, ofereço-Te a vontade e o desejo que tenho de as meditar em todas as horas que sou obrigado a aplicar-me aos meus deveres ou a dormir.

Ó misericordioso Senhor, aceita a minha amorosa intenção e faz com que seja de proveito para mim e para todos, como se realmente e santamente fizesse quanto eu desejaria praticar.

Entretanto dou-Te graças, ó meu Jesus, que por meio da oração me chamas à união conTigo e, para Te agradar ainda mais, tomo os Teus pensamentos, a Tua língua, o Teu Coração e com eles pretendo rezar, fundindo-me inteiramente na Tua Vontade e no Teu Amor e, estendendo os braços para Te abraçar apoio a minha cabeça no Teu Coração e começo…

As três Horas de agonia no Horto do Getsémani Oração de Preparação

Ó meu Jesus, Divino Redentor, leva-me conTigo e com os Teus três caros Apóstolos, para assistir à Tua agonia no Horto do Getsémani. Advertida pela doce repreensão que Tu deste a Pedro e aos outros Discípulos adormecidos, quero vigiar, ao menos, uma hora contigo no Getsémani; quero sentir ao menos uma dilaceração do Teu coração agonizante, um hálito da Tua respiração aflita. Quero fixar o meu olhar sobre o Teu rosto divino e contemplar como empalidece, se perturba, se angustia e se curva até ao chão.

Ó meu Jesus sofredor, vejo, agora, como a Tua pessoa vacila de um lado para o outro e por fim cai, como as Tuas mãos endurecidas se entrelaçam. Começo a ouvir os gemidos, os gritos de amor e de dor incompreensível que elevas ao Céu. Ó meu Jesus agonizante no Horto do Getsémani, nesta hora em que Te faço companhia, faz correr sobre mim, um regato, uma aspersão daquele adorável sangue que corre, como torrentes, de todos os Teus membros adoráveis.

Ó rio de sangue preciosíssimo do meu Sumo Bem, que agoniza por mim, que eu te sorva, te beba até à última gota, e contigo sorva e beba um sorvo, ao menos, do cálice amargo do Dilecto, e sinta dentro de mim as penas do Seu Divino Coração, antes, sinta partir-se-me o coração pelo arrependimento por ter ofendido o meu Senhor, que por mim passa por uma agonia de morte.

Ah, meu Jesus! Dá-me a graça, ajuda-me a sofrer, a suspirar e a chorar conTigo, ao menos uma só hora no Jardim das Oliveiras! Ó Maria, Mãe Dolorosa, faz-me sentir a compaixão do Teu coração trespassado, por Jesus agonizante no Getsémani. Assim seja.

Ó meu amável Jesus, já passou uma hora desde que chegaste a este Horto. O amor adquiriu a primazia sobre tudo, fazendo-Te sofrer ao mesmo tempo, tudo aquilo que os algozes Te farão sofrer durante toda a Tua dolorosa Paixão; antes, supre e chega mesmo a fazer-Te sofrer aquilo que eles não conseguem fazer, nas partes mais íntimas da tua Divina Pessoa.

Ó meu Jesus, vejo que os Teus passos são vacilantes, no entanto queres caminhar. Diz-me, ó meu Bem, aonde queres ir? Ah, já sei: queres ir ao encontro dos Teus discípulos amados. Também eu quero acompanhar-Te, para Te amparar, caso Tu vaciles.

Ó meu Jesus, mais uma amargura para o Teu Coração: eles estão a dormir, e Tu, sempre compassivo, chama-los, acorda-los e, com amor paterno, admoesta-los e recomendas-lhes que vigiem e rezem. Mas, ao regressares ao Horto, trazes conTigo outra ferida no Coração e nesta ferida vejo, ó meu Amor, todas as feridas que Te causam as almas a Ti consagradas que, quer por tentação, por falta de coragem ou por falta de mortificação, em vez de se unirem a Ti, de vigiarem e de rezarem, se entregam a si mesmas e, adormecidas, em vez de progredir no amor para conTigo, recuam. Ó Amor Apaixonado, quanta compaixão tenho de Ti, reparo-Te por todas as ingratidões daqueles que Te são mais fiéis. Estas são as ofensas que mais entristecem o Teu adorável Coração e a Tua amargura é tanta que Te fazem delirar.

Ó Amor sem limites, o Teu Amor, que sentes ferver nas veias, vence tudo e esquece tudo. Vejo-Te prostrado por terra a rezar. Em tudo, procuras glorificar o Pai, ofereces-Te e reparas todas as ofensas que Ele recebe das criaturas. Ó meu Jesus, também eu me prostro, juntamente, conTigo e quero fazer o mesmo que Tu fazes.

Ó Jesus, delícia do meu coração, vejo que a multidão de todos os pecados, as nossas misérias, as nossas fraquezas, os maiores delitos, as ingratidões mais negras, vêm ao teu encontro, caem sobre Ti, esmagam-Te, ferem-Te, pungem-Te, e Tu, o que fazes? O sangue que Te ferve nas veias, faz frente a todas estas ofensas, rompe as veias e, como um vasto rio, sai para fora, banha-Te todo, corre por terra e, em troca de ofensas, dás Sangue, e em troca de morte, Vida. Ah, Amor, a que estado Te vejo reduzido! Parece que expiras. Ó meu Bem, doce Vida minha, não morras! Ergue a Tua face desta terra que banhaste com o Teu Santíssimo Sangue! Vem aos meus braços! Faz com que eu morra na tua vez!

Mas, sinto a voz trémula e moribunda do meu Jesus, que diz: “Pai, se é possível, passe de Mim este cálice; porém não se faça a Minha Vontade, mas a Tua”.

É já a segunda vez que ouço o meu Jesus dizer isto. Mas, o que é que me fazes entender ao dizer: “Pai, se é possível, passe de Mim este cálice”? Ó Jesus, vês todas as rebeliões das criaturas; aquele “Fiat Voluntas Tua”, aquele “Seja feita a Tua Vontade”, que devia ser a Vida de cada criatura, vê-lo rejeitado por quase todas as criaturas e em vez de encontrarem a Vida encontram a morte; e Tu, querendo dar Vida a todos ao fazer uma solene reparação ao Pai, pelas rebeldias das criaturas, repetes três vezes: “Pai, se é possível passe de Mim este cálice, que é ver as almas perdidas quando se subtraem da Nossa Vontade. Este cálice para Mim é muito amargo; porém não se faça a Minha Vontade, mas a Tua”.

Mas, ao dizeres isto, a Tua amargura é tanta, que não podes mais, agonizas e estás quase para dar o último suspiro.

Ó meu Jesus, meu Bem, já que estás nos meus braços, quero também eu unir-me a Ti, quero compadecer-me de Ti e reparar-Te de todas as faltas e pecados que se cometem contra o Teu Santo Querer e ao mesmo tempo pedir-Te que, em tudo, eu faça sempre a Tua Santíssima Vontade. A Tua Vontade seja a minha respiração, o meu ar; a Tua Vontade seja a minha palpitação, o meu coração, o meu pensamento, a minha vida e a minha morte.

Mas, não morras! O que farei sem Ti? A quem recorrerei? Quem me ajudará? Tudo acabará para mim! Não me deixes, tem-me conTigo, como Tu quiseres, mas tem-me conTigo, sempre conTigo! Que não aconteça, nem sequer por um instante, ficar separado de Ti! Deixa-me, antes, consolar-Te, reparar-Te, compadecer-Te por todos, porque vejo que todos os pecados, seja qual for a sua espécie, todos pesam sobre Ti.

Por isso, meu Amor, beijo a Tua Santíssima Cabeça. Mas, o que vejo? Todos os maus pensamentos que Te causam horror. Cada mau pensamento é um espinho que fere acerbamente a Tua cabeça. Ah, não é necessária a coroa de espinhos que os Judeus te colocarão! Quantas coroas de espinhos Te colocam sobre a cabeça adorável os maus pensamentos das criaturas, a tal ponto que o sangue escorre por todas as partes, da testa e dos cabelos! Jesus, tenho compaixão de Ti e quereria colocar-Te outras tantas coroas de glória e, para Te aliviar, ofereço-Te todas as inteligências angélicas e a Tua própria Inteligência, para Te oferecer compaixão e reparação por todos.

Ó Jesus, beijo os Teus Olhos piedosos e neles vejo todos os olhares maléficos das criaturas que fazem escorrer lágrimas de sangue pelo Teu rosto. Tenho compaixão de Ti e quereria mitigar a Tua vista, colocando na Tua presença todos os prazeres, que se podem encontrar no Céu e na terra com a Tua união de amor.

Ó Jesus, meu Bem, beijo os Teus Santíssimos Ouvidos. Mas, o que é que ouço? Neles, escuto o eco das blasfémias horríveis, os gritos de vingança e de maledicência. Não há nenhuma voz que não ressoe nos Teus castíssimos ouvidos. Ó Amor insaciável, tenho compaixão de Ti e quero consolar-Te fazendo ressoar neles todas as harmonias do Céu, a voz dulcíssima da querida Mãe, as palavras inflamadas da Madalena e de todas as almas que Te amam.

Jesus, minha Vida, quero beijar ardentemente o Teu Rosto, cuja beleza não há igual. Este é o rosto que os Anjos desejam, avidamente, contemplar seduzidos por tanta beleza. E contudo, as criaturas desfiguram-no com escarros, maltratam-no com bofetões e pisam-no com os pés. Meu Amor, que ousadia! Quereria gritar tanto ao ponto de os fazer fugir! Tenho compaixão de Ti e para reparar estes ultrajes, vou junto da Santíssima Trindade a pedir o beijo do Pai e do Espírito Santo, as carícias divinas das Suas mãos criadoras; vou também junto da Mãe Celeste, para que me dê os Seus beijos, as carícias das Suas mãos maternas, as Suas adorações profundas e ofereço-Te tudo, para Te reparar das ofensas que se fazem ao Teu santíssimo rosto.

Ó meu Bem, beijo a Tua dulcíssima Boca, amargurada por blasfémias horríveis, pela náusea da embriaguez e da gula, por diálogos obscenos, orações mal recitadas, ensinamentos negativos e por tudo aquilo que o homem faz de mal com a língua. Jesus, tenho compaixão de Ti e quero adoçar a Tua boca oferecendo-Te todos os louvores angélicos e o bom uso que fazem da língua tantos cristãos santos.

Meu Amor oprimido, beijo o Teu Pescoço e vejo-o carregado de cordas e correntes, pelas afrontas e os pecados das criaturas. Tenho compaixão de Ti e para Te aliviar ofereço-Te a união indissolúvel das Divinas Pessoas, e eu, fundindo-me nesta união, estendo os meus braços e, formando uma suave cadeia de amor à volta do Teu pescoço, quero afastar as correntes dos apegos que quase Te sufocam e para Te consolar estreito-Te fortemente ao meu coração.

Fortaleza Divina, beijos os Teus Santíssimos Ombros. Vejo-os dilacerados e quase desfeitos com a carne arrancada pelos escândalos e maus exemplos das criaturas. Tenho compaixão de Ti e para Te consolar, ofereço-Te os Teus santos exemplos, os da Mãe e Rainha e aqueles de todos os Santos; e eu, ó meu Jesus, fazendo correr os meus beijos sobre cada uma destas Chagas, quero encerrar nelas as almas, que por causa dos contínuos escândalos foram arrancadas ao Teu Coração e assim consolidar as carnes da Tua Santíssima Humanidade.

Meu Jesus aflito, beijo o Teu Peito, que vejo ferido pela frieza, tibieza, falta de correspondência e ingratidão das criaturas. Tenho compaixão de Ti e para Te consolar, ofereço-Te o Amor recíproco do Pai e do Espírito Santo, a correspondência perfeita das Três Pessoas Divinas, e eu, ó meu Jesus, mergulhando no Teu Amor, quero reparar-Te para afastar os novos golpes que as criaturas Te lançam com os seus pecados, e tomando o Teu Amor, quero feri-las com ele, para que nunca mais ousem ofender-Te e quero derramá-lo no Teu peito, para aliviar-Te e curar-Te.

Meu Jesus, beijo as Tuas Mãos criadoras. Vejo todas as acções más das criaturas que, como outros tantos cravos, trespassam as Tuas santíssimas mãos; deste modo, Tu ficas trespassado, não com três cravos, como na cruz, mas com tantos cravos, por quantas obras más cometem as criaturas. Tenho compaixão de Ti e para Te aliviar ofereço-Te todas as obras santas, a coragem dos mártires ao derramarem o seu sangue e ao darem a vida por Ti. Enfim, ó meu Jesus, quereria oferecer-Te todas as obras boas para arrancar-Te todos os cravos das obras más.

Ó Jesus, beijo os Teus Santíssimos Pés, sempre incansáveis em busca de almas; neles encerras todos os passos das criaturas, mas sentes que muitas destas Te escapam e gostarias de as deter. Por cada seu passo mal dado, sentes cravar-Te um cravo e Tu queres servir-Te dos seus próprios cravos para as pregar no Teu Amor; e é tal e tanta a dor que sentes e o esforço que fazes, para as cravares ao Teu Amor, que tremes todo. Meu Deus e meu Bem, compadeço-me de Ti e para Te consolar ofereço-Te os passos dos bons religiosos e de todas as almas fiéis, que expõem as suas vidas para salvar as almas.

Ó Jesus, beijo o Teu Coração. Tu continuas a agonizar, não por aquilo que Te farão os Judeus, mas pela dor que Te causam todas as ofensas das criaturas.

Nestas horas, Tu queres dar o primeiro lugar ao Amor; o segundo a todos os pecados, pelos quais Tu expias, reparas, glorificas o Pai e aplacas a Justiça Divina; e o terceiro aos Judeus. Assim manifestas que a paixão que os judeus Te farão sofrer será apenas a representação da dupla Paixão amarguíssima que Te fará sofrer o Amor e o pecado. É por isso mesmo, que eu vejo tudo concentrado no Teu Coração: a lança do amor, a lança do pecado, e aguardas a lança dos Judeus; e o Teu Coração, sufocado pelo amor, padece movimentos violentos, afectos impacientes de amor, desejos que Te consomem e palpitações ardentes, que quereriam dar vida a cada coração.

E é precisamente no coração, que sentes toda a dor provocada pelas criaturas, as quais, com os seus desejos vis, afectos desordenados, palpitações profanas, em vez de aspirarem ao Teu Amor, procuram outros amores. Quanto sofres, ó meu Jesus! Vejo-Te quase a desfalecer, coberto pelas ondas das nossas iniquidades. Tenho compaixão de Ti e quero suavizar a amargura do Teu Coração, triplamente trespassado, oferecendo-Te as delícias eternas e o amor dulcíssimo da Tua querida Mãe, Maria e de todos aqueles que Te amam de verdade.

E agora, ó meu Jesus, faz com que este meu pobre coração tome vida do Teu, a fim de que viva só com o Teu Coração; e em cada ofensa que receberes, faz com que eu esteja sempre pronto a oferecer-Te um alívio, um conforto, uma reparação, um acto de amor constante.

Reflexões práticas


Na segunda hora do Getsémani, diante de Jesus, apresentam-se todos os pecados de todos os tempos passados, presentes e futuros, e Ele toma sobre Si todos estes pecados, para dar glória completa ao Pai. Portanto, Jesus Cristo expiou, rezou e no Seu Coração experimentou todos os nossos estados de ânimo sem nunca deixar de rezar. E nós, em qualquer estado de ânimo que nos encontremos, desanimados, obstinados, tentados, rezamos sempre? Nós somos constantes na oração? Damos as penas da nossa alma a Jesus como reparação e como alívio para O podermos imitar, pensando que cada estado de ânimo é uma Sua pena? Como pena de Jesus, devemos colocá-la em seu redor para O compadecer e para O aliviar e se fosse possível dizer-Lhe: “Tu sofreste muito, agora repousa, sofremos nós na tua vez”.

Desanimamos, ou estamos com coragem aos pés de Jesus dando-Lhe tudo aquilo que sofremos para que Jesus encontre em nós a Sua própria Humanidade? Isto é, fazemos nós de Humanidade a Jesus? A Humanidade de Jesus o que fazia? Glorificava o Seu Pai, expiava, impetrava a salvação das almas, e nós, em tudo aquilo que fazemos, encerramos em nós estas três intenções de Jesus, de modo a poder dizer: encerramos em nós toda a Humanidade de Jesus Cristo?

Nas nossas noites, colocamos a intenção de fazer resplandecer nos outros a luz da Verdade? E quando rezamos com fervor, colocamos a intenção de tirar o gelo de tantos corações endurecidos pela culpa?

Meu Jesus, para Te compadecer e Te poder aliviar do abatimento total em que Te encontras, subo até ao Céu e faço minha a Tua própria Divindade, e colocando-a em redor de Ti, quero afastar-Te todas as ofensas das criaturas. Quero oferecer-Te a Tua Beleza para afastar de Ti a torpeza do pecado, a Tua Santidade para afastar o horror de todas aquelas almas que Te fazem experimentar tanta repugnância, porque mortas para a Graça; a Tua paz para afastar de Ti as discórdias, as rebeliões e perturbações de todas as criaturas; as Tuas harmonias para refazer o Teu ouvido das ondas de tantas vozes malvadas. Meu Jesus, desejo oferecer-Te tantos actos divinos reparadores por quantas ofensas Te assaltam, como se quisessem dar-Te a morte, e eu com os Teus próprios actos quero dar-Te vida; e depois, ó meu Jesus, quero lançar uma onda da Tua Divindade sobre todas as criaturas, a fim de que, ao Teu contacto divino, não ousem ofender-Te mais.

Só assim, ó Jesus, poderei compadecer-me por todas as ofensas que recebes das criaturas.

Jesus, doce Vida minha, as minhas orações e as minhas penas se elevam ao Céu, para fazer chover sobre todos a luz da Graça e absorver em mim toda a Tua Vida.

Oração de Agradecimento para depois de cada hora de agonia no Horto

Ó meu dulcíssimo Senhor, eu Te dou graças, porque Te dignastes ter-me na Tua companhia, por um momento, na Tua tremenda agonia no Horto. Ai, ó meu Bom Jesus, como foi pouco o conforto que pudeste encontra em mim! Mas, o Teu Amor infinito e a super-abundância da caridade do Teu piedoso Coração, levam-Te a encontrar alívio, mesmo no mínimo acto de compaixão que a criatura Te demonstra. Ah, nunca mais se me apagará da vista a tua adorável pessoa a tremer, abatida, humilhada no pó e toda cheia de suor de sangue no horror profundo do Getsémani.

Ó Jesus, eu experimentei, que o estar conTigo no sofrimento, o sentir também uma gota da amargura angustiante do Teu Divino Coração, é a sorte maior que se pode ter sobre esta terra.

Ó Jesus, com generosidade renuncio às coisas terrenas e passageiras; só Te quero a Ti, ó meu Senhor oprimido, sofredor e aflito. Do Horto ao Calvário, quero fazer-Te fiel e doce companhia.

Ó Jesus, faz-me prender e, comparecer conTigo nos tribunais; faz-me tomar parte nos ultrajes, nos insultos, nos escarros, nos socos com os quais os teus inimigos Te cobrirão. Conduz-me, conTigo, de Pilatos para Herodes e de Herodes para Pilatos.

Prende-me, contigo, à coluna e faz-me sentir uma parte dos Teus flagelos; Jesus, dá-me alguns dos teus espinhos para que me trespassem. Faz com que eu seja condenada, conTigo, a morrer crucificada: Tu como vítima de amor por mim, e eu como Tua vítima de expiação pelos meus pecados. Dá-me a sorte do Cireneu, para Te seguir até ao Calvário, e ali faz com que eu seja pregada sobre a Cruz e conTigo agonize e morra.

Ó Mãe Dolorosa, que me ajudaste a ter compaixão de Jesus agonizante no Horto, ajuda-me a estar conTigo crucificada sobre a mesma Cruz de Jesus, e de Lhe saber oferecer as mais dignas reparações com os próprios méritos da Sua Paixão e Morte de Cruz. Assim seja.

Oração de agradecimento depois de cada Hora.

Meu Jesus, Tu chamaste-me nesta Hora da Tua Paixão a fazer-Te companhia e eu vim. Parecia-me que Te ouvia, angustiado e sofredor, a pedir, a reparar e a sofrer, e com as vozes mais comovedoras e eloquentes pedir a salvação das almas.

Procurei seguir-Te em tudo e agora, tendo de Te deixar para me dedicar às minhas ocupações habituais, sinto o dever de Te dizer “obrigado”, e “bendigo-Te”.

Sim, ó Jesus, repito-Te “obrigado” milhares de vezes e “bendigo-Te” por tudo o que fizeste e sofreste por mim e por todos. “Obrigado” e “bendigo-Te” por cada gota de Sangue que derramaste, por cada respiro, palpitação, passo, palavra, olhar, amargura e ofensa que suportaste. Por tudo, ó meu Jesus, Te digo um “obrigado” e um “bendigo-Te”.

Ó Jesus, faz com que de todo o meu ser brote uma corrente contínua de gratidão e de bênçãos, de forma a atrair sobre mim e sobre todos a corrente das Tuas bênçãos e graças. Ó Jesus, aperta-me ao Teu Coração e com as Tuas mãos santíssimas marca cada partícula do meu ser com o Teu “bendigo-Te”, para que de mim brote um hino contínuo de louvor a Ti.

Das 11 à meia-noite

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